O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) acusa a Polícia Militar (PM) de Goiás de intimidar e constranger os membros do movimento. Segundo relatos, nos últimos dias, um grande número de policiais tem realizado rondas ao redor do Acampamento Popular Dom Tomás Balduíno, localizado em uma fazenda em Formosa, que os sem-terra reivindicam como área de reforma agrária.
O MST informou que cerca de 260 famílias estão acampadas na propriedade desde 2015. Nos últimos dias, os policiais bloquearam as estradas de acesso ao acampamento, restringindo a livre circulação das pessoas, e passaram a fazer vistorias nos veículos dos acampados sem motivo aparente.
Segundo o MST, os policiais estão acompanhados por seguranças privados, o que o movimento considera uma tentativa de retirar os sem-terra da área. A polícia justificou a ação alegando que os atuais proprietários da fazenda entraram com um pedido de reintegração de posse na Justiça, buscando remover as pessoas acampadas. No entanto, o MST argumenta que essa medida seria ilegal, pois a destinação da área depende de decisão judicial e mediação do Conselho de Conflitos Fundiários (CCF).
O antigo dono da fazenda, Maurício Bicalho Filho, ofereceu a propriedade ao Programa Nacional de Reforma Agrária antes de falecer, conforme afirmado pelo MST. No entanto, os herdeiros do empresário lideram uma disputa judicial que impede a conclusão do processo de desapropriação da área e a homologação de um novo assentamento. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar estão na área ocupada para evitar conflitos e garantir a segurança das famílias acampadas.
A Polícia Militar afirmou que as abordagens realizadas no acampamento são rotineiras e visam proporcionar segurança à população local, agindo em conformidade com a lei e em colaboração com o Poder Judiciário. Representantes do Incra e do Ministério Público Federal estão realizando reuniões para garantir que o instituto possa realizar o recadastramento dos sem-terra com segurança.
Fonte: Band UOL