O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retomou o julgamento de uma ação que pode resultar na inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro e seu candidato a vice, Walter Braga Netto, por até oito anos. O relator do caso, ministro Benedito Gonçalves, votou a favor da condenação de Bolsonaro, alegando que ele cometeu crimes eleitorais ao questionar a segurança do sistema eleitoral brasileiro durante uma reunião com embaixadores em 2022. No entanto, Benedito defendeu que Braga Netto não seja considerado inelegível, pois não há indícios de seu envolvimento na reunião. O julgamento continuará na quinta-feira, quando outros ministros irão votar.
Durante a leitura de seu voto, Benedito Gonçalves destacou as ações de Bolsonaro como um “flerte perigoso” com o “golpismo”. O ex-presidente é acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação social ao convocar a reunião com os embaixadores, na qual teria apresentado teorias falsas sobre a insegurança das urnas e atacado ministros do TSE e do STF. O julgamento é aguardado com expectativa, uma vez que a decisão pode afetar a elegibilidade de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2026. Caso seja considerado inelegível, ele poderá recorrer da sentença.
Embora não haja garantias de que o julgamento seja concluído nesta semana, espera-se que o voto do ministro Raul Araújo seja lido na quinta-feira. O Plenário do TSE é composto por sete ministros, e pelo menos mais três votos são necessários para que Bolsonaro seja condenado. Existe a possibilidade de que um ministro peça vistas do processo, o que pode levar à paralisação do julgamento por até 60 dias. No entanto, especialistas em Direito Eleitoral afirmam que, mesmo nesse caso, outros ministros podem antecipar seus votos, indicando a tendência do tribunal em relação ao caso. A mobilização da militância bolsonarista nas redes sociais ainda é dispersa, apesar da importância do julgamento.
Fonte: BBC News
