Colares feitos com ossos de preguiças gigantes são encontrados Notícias

Colares feitos com ossos de preguiças gigantes são encontrados no Mato Grosso

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Antigos habitantes do Brasil usaram ossos de preguiças-gigantes como adornos, revela pesquisa arqueológica. Os artefatos foram descobertos em Santa Elina, Mato Grosso, e indicam uma interação direta entre humanos e mamíferos gigantes da Era do Gelo. Datados de cerca de 25 mil anos atrás, durante o Último Máximo Glacial, os adornos foram cuidadosamente trabalhados e podem ter sido utilizados como pingentes. A análise microscópica revelou modificações nos ossos feitas por meio de ferramentas de pedra, demonstrando a habilidade humana na produção dos adornos.

O sítio arqueológico de Santa Elina é notável não apenas pelas descobertas, mas também pelas datas antigas obtidas a partir de fragmentos de carvão. Os osteodermes, estruturas ósseas da derme da preguiça-gigante, foram encontrados no local e são semelhantes às placas encontradas nos tatus. Os pesquisadores identificaram três ossos modificados que sugerem a intervenção humana, com polimento e perfuração para possível uso em cordões. Experimentos confirmaram que as modificações encontradas nos ossos podem ser produzidas pela ação humana.

A descoberta dos adornos corporais feitos com ossos de preguiças-gigantes é uma das evidências mais diretas da convivência entre humanos e a megafauna da Era do Gelo no Brasil. Essa descoberta contribui para entendermos a interação dos antigos habitantes com essas espécies, embora seja raro encontrar evidências de caça aos animais dessa época devido à falta de preservação dos ossos. A pesquisa ressalta a importância de estudos arqueológicos para revelar a história e os costumes das primeiras populações que habitaram o território brasileiro.

Fonte: Folha de S.Paulo

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